Os resquícios da manifestação anterior puderam ser sentidos na terça-feira. Quinta-feira, um confronto deixou 21 feridos 18 manifestantes e três PMs, que registraram ocorrência por lesão corporal. O receio de um novo embate pôde ser visto em orientações do Bloco de Lutas para que os manifestantes permanecessem juntos.
Conforme o vice-presidente do Psol em Santa Maria e integrante do Bloco de Lutas, Tiago Aires, além de protestar contra o aumento da passagem, a caminhada de terça-feira tinha outros dois objetivos: lutar contra a criminalização dos movimentos sociais e contra ação da polícia, considerada covarde e exagerada.
Santa Maria nunca teve um protesto histórico de violência. O problema é que, na semana passada, a polícia quis fazer parte do ato. É como o pessoal diz sem polícia, não há violência disse Aires, ao fim da caminhada que, segundo ele, teve a presença de 300 pessoas.
Durante o confronto de quinta-feira, os manifestantes foram atingidos com balas de borracha. Um policial teve o nariz lesionado. O ato fez com que a Defensoria Pública de Santa Maria se colocasse à disposição dos manifestantes, para que possam ingressar com possíveis ações indenizatórias contra o Estado. O confronto também fez com que a Brigada Militar instaurasse um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias da ação dos PMs.
Ao fim da manifestação de terça-feira, o comandante do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon), tenente-coronel Sidenir Cardoso, fez um balanço positivo do protesto. Ele foi um dos poucos policiais que acompanharam todo o trajeto da caminhada de perto. Os outros cerca de 60 PMs mobilizados permaneceram no entorno da Praça Saldanha Marinho.
A tendência era uma manifestação pacífica. Essa é a prova de que, quando o ato é feito dentro dos limites da lei, acontece tudo tranquilamente. Todo mundo se manifestou, expôs seu ponto de vista sem problemas argumentou Cardoso.